LXXVII

 

PÉTALA XVII

 

AS CORRENTES FILOSÓFICAS

 

“ Uma filosofia profunda conduz o ser humano a Deus;

as superficiais, ao materialismo e ateísmo.”

 

Francis Bacon

 

 

Gravura antiga que representa o fim da carreira pública de Francisco Bacon, acusado injustamente de corrupção.

 

        A partir daqui passou a dedicar-se à Filosofia e à Ciência, incluindo à Medicina, deixando à Humanidade ensinamentos plenos de luz rosacrucianos.

        Entre as suas doutas concepções afirmou que devemos investigar as Sábias Leis da Natureza e trabalhar em sintonia com Elas; porque senão receberemos os efeitos nefastos, profundamente destruidores.

        Eles aí estão!

        Porque não escutamos as palavras iluminadas dos rosacruzes e de outros, verdadeiramente, sábios?

 

LXXVIII

René Descartes em pintura de Frans Hals [1]

 

            Desde muito jovem a filosofia foi sempre uma das áreas a que mais nos dedicámos.

            No fundo, e em nosso ver, ela abrange todos os domínios, desde a filosofia do direito, à da história, das ciências, das religiões, das artes e assim por diante: em resumo ela é, como se sabe, o amor à Sabedoria.

            São tantas as correntes filosóficas, umas mais universais do que outras, que seria necessário uma enciclopédia para as analisar com profundidade.

            Vamos procurar resumi-las.

            De acordo com a nossa face da verdade a maior parte das filosofias são superficiais e algumas até têm contribuído para este materialismo cristalizador e escravizante em que assenta a actual civilização.

            E embora as suas origens sejam remotas, elas tomam um grande impulso com Descartes! É verdade! Com o nosso amigo da “dúvida metódica” e ao mesmo tempo da célebre frase “ Cogito, ergo sum”, penso, logo existo".

            Há cerca de dois anos tivemos uma conversa de duas horas com um amigo holandês, cartesiano e nós, comeniano, sobre vários aspectos da vida. Conhecêmo-lo um dia antes desse debate, devido ao mau tempo, em que o nosso amigo e a sua esposa, mais liberal, não puderam ir jogar o seu desporto favorito.

            Ficámos ainda mais conscientes que Coménio tinha razão quando considerou a filosofia de Descartes “como a mais perniciosa”.

 

LXXIX

 

 

Capa de uma Revista, editada em 1992, no ano das comemorações dos 400 anos sobre o seu nascimento.

Oferta da Embaixada de Suiça em Portugal.

 

 

LXXX

 

Postal máximo, em que surge um selo emitido na então Checoslováquia, em 1970,

300 anos após a sua morte, e que tem a alusão à UNESCO.

 

            O que mais me admirou é que este nosso amigo, economista de profissão, desconhece totalmente J. A. Coménio, pioneiro dos ideais da UNESCO- ver a acta da Assembleia Geral realizada em Nova Delhi- Índia – 1956, e da ONU- conhecido como o “Mentor das Nações”, o fundador da democratização humanista cristã da educação e que viveu os últimos anos na Holanda, onde nasceu para o santo e etéreo monte em Amesterdão, a 15-11-1670, estando os seus restos mortais numa igreja de Naarden. Ainda por cima, aqui existe um museu com o seu nome! Mas, o nosso amigo que considera Portugal como um país atrasado, não via a tranca! Num mundo tão materialista como é que os de tão profundo espiritualismo cristão como Coménio poderão ser compreendidos?

            Aliás, no prólogo de Jean Piaget, no trabalho “Pages choisies”- Páginas escolhidas-  sobre diversas obras de J. A. Coménio, edição da UNESCO, notámos que este pedagogo, embora elogiando vários aspectos da obra comeniana como  o seu valor actual, todavia, e em nosso ver, comete um grave erro, ao desprezar as suas concepções metafísicas neoplatónicas, como a sua dinâmica unificadora das diversas áreas separatistas das ciências.

  

LXXXI

 

Francis Bacon

(Londres, 22 de Janeiro de 1561 — Londres, 9 de abril de 1626) [2]

 

            Quando Piaget e não só defendem que Coménio recebeu influências de Francisco Bacon, não será de admirar, dado que ambos pertencem à mesma Escola de Iniciação. Nesta, a visão é panzoísta como a de S. Francisco de Assis e de muitos outros até Max Heindel, F.M. Rodrigues, em sintonia com a Unidade da Única Vida.

            E aqui residem as grandes diferenças entre aquelas e as que encerram pontos de vista essencialmente analíticos, demasiado positivistas ou deterministas, ou pragmáticas, escolásticas, ou do materialismo dialéctico ou mecanicistas, ou ocasionais e ainda as deístas ou sobre os defensores do solipsismo, todas mais ou menos separatistas ou parciais e superficiais.

            Apesar desta nossa opinião, temos o dever de, não só respeitar os diversos pontos de vista de cada pessoa defensora de qualquer corrente filosófica citada ou outra como o dever de os amarmos em obras.

            Todavia, analisando as mensagens filosóficas profundas de Camões, Goethe Paracelso, Vítor Hugo, Coménio, S. F. de Assis, Sto. António, Andrea, Cervantes, Pessoa, de vários Compositores Iniciados desde Bach a Mozart, a Mahler e tantos outros, como Max Heindel, cuja obra é, em nosso ver, aquela que mais profundamente explica e desvenda os mistérios da vida e da morte, vemos que nelas há a união dos conhecimentos existentes nas ciências, nas artes e nas religiões.

            Como são sete os caminhos mais curtos que conduzem à libertação, simbolizados na linha recta do caduceu, assim,” assaltamos os céus”, lembrando as mensagens de Cristo.

            Se seguirmos devidamente um desses caminhos, eis que, a seu tempo, se desenvolverão capacidades ligadas aos sentidos supra-físicos, intuição e clarividência voluntária, como se fará a união com Javé o que permite falar todas as línguas, como  sucedia com os apóstolos, com Saint-Germain, etc.

            Na sua última vida, o Ego que ficou célebre pelas suas obras, de nome Beethoven, atingiu as 9 Iniciações Menores, as quais estão ligadas às suas 9 Sinfonias.  No monumento em sua honra em Viena-Áustria, podemos ver, na base, as alegorias a essas 9 Sinfonias, e por meio dos símbolos, a correspondência a cada uma dessas Iniciações. Por isso, ele subiu ao lugar de Irmão Leigo, a caminho de Adepto.

 Frontispício da Instauratio magna, Londres, 1620

 

 

 

 Notas do editor da versão online:

 

[1] René Descartes (31 de Março de 1596, La Haye en Touraine, França — 11 de Fevereiro de 1650, Estocolmo, Suécia) Filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das figuras-chave na Revolução Científica. Em suas Meditações sobre a Primeira Filosofia explica a distinção entre “realidade formal” (actuality) e “realidade objetiva” (reality).


[2]
Lord Francis Bacon , nasceu em 1561 e a história registra sua morte em 1626.
Político, filósofo e ensaísta inglês, barão de Verulam , visconde de Saint Alban. É considerado como o fundador da ciência moderna. Destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência moderna". Sua principal obra filosófica é o Novum Organum.Especula-se, no entanto, a probabilidade de que seu funeral foi fake.Deixando Inglaterra, ele teria vivido por muitos anos, sob outro nome, na Alemanha, onde serviu fielmente a  Escola Rosacruz, a partir da promulgação de suas doutrinas  as quais ele havia consagrado sua vida. Também especula-se que Lord Bacon foi filho ilegítimo da rainha Elizabeth com o Conde de Leicester.

 

 Do mesmo autor veja também  João Amós Coménio: O Cosmocrata Rosacruciano

LXXXII

 

Estátua em honra de Beethoven, em Viena, Áustria.

Foto de D.D.C. em 1995

 

            Daí que ele captava os sons da Lira de Apolo com os seus “ouvidos” espirituais, subindo aos planos Superiores, na construção da sua bela 9º Sinfonia.

            Assim, estes génios vão unindo as artes com as religiões e as ciências.

            Todos somos chamados, cabe a cada qual escolher o caminho. No caso do  da Escola de Pensamento Rosacruz, que é aquela que seguimos, respeitando os outros seis caminhos, sem espírito algum de a considerarmos superior, pois esta Escola indica, claramente, o rumo mais curto para unir o intelecto com o coração, a fim de construirmos uma Nova Terra e um Novo Céu.

            E o que é que deseja Cristo? Um bom filósofo ou um bom Servidor? A resposta é clara: um bom Servidor.

            Voltando ainda a Descartes, há quem o considere como rosacruciano. Todavia, sabemos que Coménio assumiu, publicamente, a sua filiação, quanto a Descartes ...São opiniões que não vamos julgar, mas se observarmos toda a filosofia cartesiana....

            O que devemos é saber julgarmo-nos a nós mesmos, e, neste campo, Saint Exupery reconheceu que: “ É muito mais difícil julgar-se a si mesmo que julgar os outros; se conseguires julgar-te bem a ti mesmo és um sábio.”

 

 

EXCERTOS DO LIVRO "A FLOR DA ESPERANÇA", DE DELMAR DOMINGOS DE CARVALHO, Edição Hugin, Lisboa

Temas Rosacruzes

Diretório do Prof. Delmar Domingos de Carvalho

A Flor da Esperança : Capa, Introdução e Pétala I

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