CAPÍTULO V

CAUSAS ESPECÍFICAS DA ENFERMIDADE

 

Insânia

Do ponto de vista do ocultista existem quatro espécies de insânia. A insânia sempre é causada pela ruptura da cadeia de veículos entre o Ego e o corpo físico. Esta ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o corpo vital, entre o corpo vital, e o corpo de desejos, entre o corpo de desejos e a mente, ou entre a mente e o Ego. A ruptura pode ser completa ou somente parcial.

Quando a ruptura se produz entre os centros cerebrais e o corpo vital, ou entre este e o corpo de desejos, temos o caso de idiotismo. Quando a ruptura é entre o corpo de desejos e a mente, o violento e impulsivo corpo de desejos é que governa e temos os lunáticos violentos. Quando a ruptura é entre o Ego e a mente, esta é que governa os demais veículos e este é o caso dos loucos astutos que podem enganar seus guardas, fazendo-os acreditar que são completamente inofensivos enquanto tramam algum plano diabólico. Então podem demonstrar subitamente sua mentalidade doentia e causar alguma catástrofe terrível.

Existe uma causa de insânia que convém explicar, porque muitas vezes é possível evitá-la. Quando o Ego regressa do mundo invisível para o novo renascimento, são-lhe mostradas diversas encarnações possíveis. O Ego contempla sua próxima vida em suas linhas gerais, como se fosse um quadro em movimento passando ante seus olhos. Então é permitido que escolha entre diferentes vidas. Nessa ocasião, o Ego vê as lições que tem de aprender, o destino que criou para si em vidas passadas e que partes desse destino pode liquidar em cada tipo de encarnações que lhe são oferecidas. Faz então sua escolha e em seguida é guiado pelos agentes dos Anjos Relatores para o país e para a família em que tem que viver em sua próxima existência.

Esta visão panorâmica lhe é apresentada no Terceiro Céu, onde o Ego se encontra despido e sente-se espiritualmente acima de todas as sórdidas considerações materiais. É muito mais sábio do que parece ser na Terra, onde se encontra cego pela carne, em um grau quase inconcebível. Mais tarde, quando a concepção se produzir e o Ego penetrar no útero materno, ou seja, perto do décimo oitavo dia depois da concepção, pôr-se-á em contato com o molde etéreo do seu novo corpo físico que terá sido formado pelos Anjos Relatores, para modelar a formação do cérebro que dará ao Ego as tendências necessárias para a elaboração e liquidação do seu destino. Ali o Ego verá novamente os quadros de sua próxima vida, da mesma forma que a pessoa que se afoga vê o panorama de sua vida passada em um relâmpago. Nessa fase o Ego já estará parcialmente cego com respeito à sua natureza espiritual, de maneira que sua próxima vida poderá parecer-lhe muito dura. Nesse caso, algumas vezes poderá esquivar-se de entrar na matriz, lutando para não penetrar no útero materno e assim não ter de estabelecer as conexões cerebrais adequadas com o futuro corpo. Procura retirar-se precipitadamente e, em vez do corpo denso e do corpo vital ficarem concêntricos, a cabeça do corpo vital poderá ficar parcial ou totalmente fora do corpo denso.

Nesse caso, as conexões entre os centros sensoriais do corpo vital e o corpo denso ficam desajustadas ou simplesmente não se estabelecem e o resultado é o idiotismo, a epilepsia, a dança de São Vito ou outros distúrbios nervosos semelhantes congênitos.

As relações discordantes que às vezes existem entre os pais constituem a última gota que faz o Ego sentir que não poderá suportar semelhante ambiente. Daí nunca repetirmos demasiadamente aos pais em perspectiva que é indispensável durante o período da gestação que se faça tudo quanto seja necessário para que a mãe se sinta contente e viva em um ambiente harmonioso. É uma prova duríssima para o Ego a de passar pelo útero, já que essa situação exerce uma pressão terrível sobre toda a sua sensibilidade e qualquer discordância que exista no lar em que vai entrar, é uma fonte adicional de mal-estar que pode provocar o estado de coisas acima mencionado.

A Magia Negra, em suas formas menores, tais como o hipnotismo, geralmente é causa de idiotismo congênito em uma vida futura. O hipnotizador priva sua vítima do livre uso do corpo e sob a Lei de Conseqüência se verá vinculado a algum corpo com um cérebro mal conformado que impedirá sua devida expressão. Mas nem por isso devemos concluir que todos os casos de idiotismo congênito sejam devidos a essas más práticas por parte de Ego em uma vida passada, porque existem outras causas que também podem provocar o idiotismo congênito.

As drogas e os exercícios respiratórios tais como os que são praticados pelos estudantes do Oriente, têm um efeito terrivelmente destruidor sobre o corpo, pelo que o seu emprego é absolutamente indesejável. São muitas as pessoas que atualmente se encontram no manicômio ou afetadas de tuberculose, devido aos exercícios respiratórios. Nada diremos dos efeitos das drogas, pois são bem conhecidos. Os átomos dos corpos dos ocidentais foram altamente sensibilizados durante o transcurso da evolução e os exercícios que um Oriental pode empregar impunemente porque o seu corpo carece dessa alta sensibilidade, provocariam uma catástrofe no corpo de um Ocidental, causando uma desusada movimentação dos seus átomos, os quais dificilmente poderão retornar à sua condição normal.

Mediunidade

Quando uma pessoa se converte em médium para um Espírito desencarnado entrar em seu corpo, como ocorre com os médiuns de transe, em que um Espírito toma posse do seu corpo e o utiliza como faria o seu verdadeiro possuidor, o dano que se sofre é mínimo, sempre que o Espírito controlador não abuse do seu privilégio. Realmente, há casos em que o Espírito controlador tem maiores conhecimentos acerca do cuidado com o corpo do que seu próprio dono e isso pode melhorar sua saúde. Mas os Espíritos de elevada natureza ética raramente controlam um médium. Geralmente são os Espíritos apegados à terra e os de categoria inferior, como os índios e outros semelhantes, que tratam de obter controle sobre as pessoas de mediunidade passiva e uma vez que tenham entrado na posse dos seus corpos, podem utilizá-los para satisfazer suas paixões e desejos alcoólicos ou sexuais. Assim causam sérias perturbações no organismo e deterioração do sistema.

Nos casos dos médiuns materializadores, podemos dizer que sua influência é sempre danosa. O Espírito materializador põe sua vítima em transe e extrai dela o éter do corpo vital através do baço, porque a diferença entre o médium de materialização e a pessoa comum consiste em que a conexão entre o corpo vital e o corpo denso é muito frouxa, de maneira que é possível extrair em grande parte esse corpo vital. O corpo vital é o veículo que especializa as correntes solares que nos infundem vitalidade. Privado dos seus princípios vitalizantes, o corpo vital do médium, durante o tempo da materialização, se reduz algumas vezes, à metade do seu tamanho normal, ficando suas carnes flácidas e diminuindo a centelha de vida até quase se extinguir. Uma vez terminada a sessão e tendo recuperado seu corpo vital, o médium desperta e recobra sua consciência normal. Experimenta então uma terrível sensação de esgotamento e, algumas vezes, infelizmente, recorre à bebida como meio de recuperar as forças. Nesses casos a saúde se ressentirá e o médium irá se convertendo em uma ruína. De qualquer maneira, deveria-se evitar a mediunidade porque independentemente do perigo que representa, existem outras considerações mais sérias em relação aos corpos sutis e particularmente com ao estado "post-mortem".

Obsessão

A obsessão é um estado em que um Espírito desencarnado toma posse permanente do corpo de alguém, depois de afastar seu dono. Algumas vezes certas pessoas habituadas à bebida ou outros vícios piores, procuram desculpar-se com o pretexto de que estão obsedadas. Sempre que alguém apresenta esta desculpa, pode-se estar quase certo de que não é mais do que simples desculpa porque o ladrão que roubou algo não sai gritando que roubou, e uma entidade que esteja obsedando a alguém, também não o diria. Em verdade, essa entidade não se preocupa, absolutamente, com aquele que despojou e, portanto, não tem nenhuma razão para proclamar e correr o risco de ser expulso.

Existe um meio infalível para determinar se uma pessoa está realmente obsedada, mediante o diagnóstico do olho. "0 olho é a janela da alma" e só o verdadeiro proprietário do corpo é capaz de contrair ou dilatar a íris. Se tomarmos uma pessoa que assegure estar obsedada ou que acreditemos que o esteja e a levarmos a um quarto escuro, se realmente estiver obsedada, sua pupila não se expandirá. Também não se contrairá quando a expusermos ao sol. Não se dilatará quando lhe pedirmos que olhe um objeto ao longe nem se contrairá quando a fizermos ler tipos de imprensa pequenos. Nesses casos a pupila não reagirá nem à luz, nem a distância. Existe, porém, uma enfermidade chamada ataxia locomotora, na qual o íris não reage à distância, mas reage à luz.

Se conseguirmos manter uma atitude mental positiva não poderemos ser obsedados, porque enquanto mantivermos firmemente a nossa própria individualidade, seremos suficientemente fortes para afastar qualquer obsessor. Mas nas sessões espíritas em que os assistentes se põem em estado de ânimo negativo, sempre existe um grande perigo. A melhor maneira de evitar ser obsedado é manter uma atitude positiva, e todas as pessoas que têm tendências à negatividade, deveriam evitar as sessões espíritas. O mesmo se diga da contemplação de bola de cristal e todos os meios de invocar Espíritos. A invocação é sempre má pois, os que se foram têm o seu trabalho a fazer lá e não se deve procurar forçá-los a voltar ao nosso convívio. 

No momento da morte, quando o átomo-semente que se encontra no coração e que contém todas as experiências da vida passada em forma panorâmica, se liberta, o Espírito abandona o corpo físico levando consigo os corpos sutis. Fica então como que flutuando sobre o corpo denso morto, desde algumas horas até três dias e meio, em casos normais. O fator que determina este período é o vigor do corpo vital, o veículo que constitui o corpo-alma de que fala a Bíblia. Então se apresenta uma reprodução pictórica da vida, um panorama em ordem invertida da morte ao nascimento, e essas imagens se gravam no corpo de desejos por intermédio do éter refletor desse corpo vital. Durante este tempo, a consciência do Espírito está concentrada no corpo vital, ou pelo menos deveria estar, e portanto, não experimenta nenhuma sensação acerca do assunto. Esses quadros são impressos no veículo da sensação e da emotividade, o corpo de desejos, é a base do sofrimento subseqüente na vida Purgatorial, ocasionado pelas obras más, e do gozo que se sente no Primeiro Céu, como resultado das boas obras levadas a efeito na vida que expirou.

As investigações realizadas nos últimos anos revelaram o fato de que um processo adicional ocorre nesses dias importantes que se seguem à morte. Produz-se no corpo vital, uma separação semelhante à causada pela Iniciação, de tal sorte que a parte desse veículo que se pode chamar de "alma" se une com os veículos superiores e constitui assim a base da consciência nos mundos invisíveis, depois da morte. A parte inferior, que é desprezada, volta ao corpo físico e fica flutuando sobre o túmulo, na forma indicada no Conceito Rosacruz do Cosmos. Essa divisão do corpo vital não é a mesma em todas as pessoas: depende da natureza da vida que se levou e do caráter da pessoa que morreu. Em casos extremos esta divisão varia muito em relação ao normal. Este ponto, muito importante, ficou conhecido pelas investigações feitas em nossa sede, de supostas obsessões. Na realidade, foram esses casos que permitiram descobertas tão notáveis e transcendentais, produzidas por nossas mais recentes investigações sobre a natureza das obsessões sofridas pelas pessoas que nos consultaram. Como se podia esperar, a divisão, nestes casos, mostrava uma preponderância do mal, e então fizemos esforços para descobrir se não existia outra classe de pessoas nas quais se produzisse uma divisão diferente, com preponderância do bem. Com grande prazer pudemos observar que esse era o caso, e depois de considerar todos os fatos descobertos, comparando-os uns com os outros, acreditamos que podemos dar como correta a seguinte descrição e suas razões:

O corpo vital tende a construir o corpo físico, ao passo que os nossos desejos e emoções o destróem. Esta luta entre o corpo vital e o corpo de desejos é que produz a consciência no mundo físico e que solidifica os tecidos de maneira que o tenro corpo da criança vai-se endurecendo gradualmente e enrugando na velhice, à qual se seguirá a morte. A moralidade ou imoralidade dos nossos desejos e emoções atua de maneira similar no corpo vital.

Quando a devoção a ideais elevados for a mola propulsora para a ação e a natureza devocional teve plena liberdade de se exprimir durante anos e anos, especialmente quando tudo isso se realizou mediante a prática dos exercícios científicos de Retrospecção e de Concentração, os éteres químico e de vida vão diminuindo gradualmente à medida em que se desvanecem os apetites animais e a quantidade dos éteres de luz e refletor aumenta, ocupando o lugar daqueles. Como resultado disso a saúde física dessas pessoas não é tão robusta como a das demais que vivem uma vida indulgente à natureza inferior. Estas, ao contrário, atraem os éteres químico e de vida em proporção à extensão dos seus vícios, com a exclusão parcial ou total dos dois éteres superiores.

Deste fato derivam algumas conseqüências sumamente Importantes relativamente à morte. Como o éter químico é o que cimenta as moléculas do corpo em seus respectivos lugares e as mantém ali durante a vida, quando só existe um mínimo deste material, a desintegração do corpo físico depois da morte deve ser muito rápida. Foi-nos impossível comprovar isso pessoalmente, devido à dificuldade de encontrar pessoas de alta espiritualidade que tenham morrido recentemente, mas parece que deve ser assim pelo que se diz na Bíblia que o corpo de Jesus não foi achado no túmulo quando vieram buscá-lo. Como já dissemos antes em relação a este assunto, Cristo espiritualizou o corpo de Jesus tão intensamente, tornando-o tão vibrante, que era quase impossível manter as diferentes partículas em seus lugares durante Seu ministério. Como já dissemos, uma vida mundana aumenta a proporção dos éteres inferiores no corpo vital com prejuízo dos superiores. Se além de levar uma vida materialmente "pura", se evitam todos os excessos, a saúde durante a vida física será mais robusta do que a do aspirante à vida superior, porque a atitude deste último com respeito à vida, forma um corpo vital composto principalmente dos éteres superiores. Ele ama o "pão da vida" mais do que o sustento físico e, por conseguinte, seu corpo físico vai-se sensibilizando intensamente, chegando a um estado tal que favorece grandemente seus objetivos espirituais, mas que é difícil de suportar sob o ponto de vista material.

Na maioria da humanidade existe tal preponderância de egoísmo e um desejo tão veemente de tirar o maior partido possível da vida física, que os seres humanos se encontram sempre ocupados, seja em manter o "lobo fora da porta", seja acumulando posses e cuidando delas. Dai que tenham pouco tempo ou inclinação para se ocuparem com a cultura da alma, tão necessária para o verdadeiro êxito da vida.

Portanto, é tão pouco o que persiste em cada vida na maioria dos seres humanos e a evolução é tão terrivelmente lenta, que a alguém que seja capaz de contemplar a morte, das mais superiores regiões do Mundo Mental Concreto, olhando, por assim dizer, para baixo, pareceria que na realidade quase nada se salva desse corpo vital. Este corpo parece que volta inteiramente ao corpo físico para flutuar sobre o túmulo, desintegrando-se simultaneamente com ele. Na realidade, porém, uma parte sempre crescente adere aos veículos superiores e com eles vai ao Mundo do Desejo, para ali servir de base à consciência, subsistindo, geralmente, durante a vida no Purgatório e no Primeiro Céu, durando até que o homem penetre no Segundo Céu e aí se una com as forças da natureza em seus esforços para criar um novo ambiente. Nessa ocasião já quase foi absorvida pelo espírito o que poderia ficar, de natureza material, logo se dissolve e desaparece.

Há algumas pessoas de natureza tão maligna que desfrutam uma vida gasta em vícios e práticas degeneradas e são tão brutais, que até se deleitam em fazer os outros sofrer. Algumas vezes cultivam as artes ocultas com propósitos malévolos, para terem maior domínio sobre suas vítimas. Suas práticas imorais e ferozes, endurecem terrivelmente seu corpo vital.

Nos casos extremos em que a natureza animal predominou absolutamente, em que não existiu manifestação da alma na vida terrena precedente, não se pode produzir a divisão de que estamos falando, ao morrer, porque não existe linha divisória. Nesses casos, se o corpo vital gravitasse de volta ao corpo denso para desintegrar-se gradualmente, o efeito de uma vida tão maligna não seria tão duradouro. Infelizmente, nesses casos se produz uma união tão forte entre os corpos vital e de desejos que impede a separação.

Vimos que quando um homem vive mais em sua natureza superior, seus veículos espirituais se nutrem, em prejuízo dos inferiores. Inversamente, quando sua consciência está centralizada em seus veículos inferiores, estes se fortificam extraordinariamente. Devemos compreender também que a vida do corpo de desejos não termina com a partida do Espírito, mas conserva como que um resíduo de vida e de consciência. O corpo vital também pode sentir as coisas, em menor escala, durante uns poucos dias depois da morte, nos casos comuns (e daí o sofrimento causado pelo embalsamento, autópsia, etc. que se fazem imediatamente após a morte), mas, quando uma vida degradada endureceu o corpo vital e lhe deu grande força, ele adere à vida tenazmente e habilita-se a sentir os odores dos alimentos e das bebidas alcoólicas. Algumas vezes, como um parasita, pode vampirizar as pessoas com quem se ponha em contato.

Desta maneira, um homem mau pode viver durante muitos anos, invisivelmente, a nosso lado, tão próximo de nós ou mais próximo que nossas mãos e nossos pés. É muito mais perigoso do que o criminoso encarnado, porque pode induzir outros a realizarem práticas criminosas ou degeneradas, sem temer que o descubram nem que a lei possa castigá-lo.

Estes seres são, portanto, uma das maiores ameaças à sociedade. Enviaram inúmeras vítimas às prisões; desfizeram inúmeros lares; causaram incrível soma de infortúnios. Sempre abandonam suas vítimas quando estas caem nas garras da lei. Gozam com o seu sofrimento e angústia. Tudo isso forma parte de seus planos malignos. Quando se estuda a Memória da Natureza, causa espanto ao se ver como predominava esta identificação entre o corpo vital e o de desejos nos séculos e até nos milênios passados. Compreendemos então de maneira abstrata, que quanto mais retrocedemos na história da humanidade, tanto mais selvagem a encontramos. Mas o fato de que em nossos próprios tempos históricos esta selvageria seja tão comum e tão brutal, e que a força seja, Indiscutivelmente, a medida do direito, foi, na realidade, um terrível choque para o autor.

O egoísmo e o desejo foram intensificados propositadamente durante o regime de Jeová para dar incentivo à ação. Isto endureceu de tal maneira o corpo de desejos que, quando sucedeu o advento de Cristo, quase nenhum espírito humano conseguia chegar até o Céu.

Os Espíritos apegados à terra, tais como os mencionados, gravitam para as regiões inferiores do Mundo do Desejo que interpenetra o éter e estão em constante contato com as pessoas que, na Terra, se encontram em situação mais favorável para ajudá-los em seus propósitos perversos. Geralmente permanecem nesse estado de aderência terrena durante cinqüenta, sessenta ou setenta anos, mas há casos extremos em que puderam permanecer assim durante séculos inteiros.

Quando o Espírito abandona o Corpo de Pecado - como chamamos a este corpo em contraste com o corpo-alma - para subir ao Segundo Céu, não se desintegra tão rapidamente como o cascão normal deixado pelas demais pessoas porque sua consciência foi aumentada por sua composição dupla, isto é, sendo composto por um corpo vital e um corpo de desejos, tem uma consciência individual muito acentuada. Não pode raciocinar mas possui uma astúcia que o faz parecer racional, como se estivesse realmente animado por um Ego, o que lhe pode permitir uma vida separada durante muitos séculos. O Espírito que partiu e entra no Segundo Céu, mas não tendo feito nada na terra que o tome merecedor de uma estadia prolongada ali ou no Terceiro Céu, fica somente o tempo suficiente para criar um novo ambiente para si e renasce muito mais depressa do que o normal, para satisfazer sua ânsia das coisas materiais, que tanto o atraem.

Quando o Espírito retoma à terra, tal corpo de pecado sente-se atraído naturalmente para ele e permanece com ele toda a vida como um demônio. As investigações efetuadas demonstram que estes seres sem alma eram muito numerosos nos tempos bíblicos e era algumas vezes a eles que nosso Salvador se referia ao falar dos demônios pois que eram uma das causas das diversas obsessões e das enfermidades corporais que a Bíblia descreve.

Além das entidades já mencionadas, que habitam em um corpo de pecado feito por elas mesmas e que sofrem assim, no período de expiação, o resultado de suas próprias obras, encontramos duas outras classes que são parecidas em certos aspectos, mas diferentes em outros. Além das Hierarquias Divinas e das quatro ondas de vida, cujos Espíritos estão atualmente evoluindo no Mundo Físico nos reinos mineral, vegetal, animal e humano, existem outras ondas de vida que se expressam nos vários mundos invisíveis. Entre elas existem certas classes de Espíritos sub-humanos, chamados elementais. Sucede, às vezes que um desses elementais toma posse do corpo de pecado de algum selvagem e agrega assim sua própria inteligência ao conjunto. Ao renascer o Espírito que criou aquele corpo de pecado, a atração natural os põe juntos outra vez mas, devido ao fato de que o elemental agora anima esse corpo de pecado, o Espírito torna-se muito diferente aos demais membros da tribo e então os encontramos como curandeiros, feiticeiros ou algo parecido. Os espíritos elementais que animam os corpos de pecado dos índios, também podem atuar sobre os médiuns como espíritos controladores e uma vez que tenham obtido poder sobre o médium, quando este morre, esses elementais o expulsam dos veículos que encerram a experiência de sua vida. Desta maneira, o médium pode ver-se atrasado em sua evolução durante eras inteiras porque não há poder nenhum capaz de compelir esses Espíritos a abandonar um corpo uma vez que se tenham apoderado dele. Por conseguinte, embora a mediunidade pareça não produzir maus efeitos durante a vida, sempre existe um gravíssimo perigo depois da morte, para a pessoa que permitiu que outrem tome posse de seu corpo.

Histeria, Epilepsia, Tuberculose e Câncer

A histeria, a epilepsia, a tuberculose e o câncer são o resultado das propensões ao erro em uma vida anterior. Investigando as vidas passadas de alguns indivíduos, observamos que quase todos foram maníacos na gratificação de sua lascívia, embora fossem, ao mesmo tempo, de natureza altamente devota e religiosa. Nesses casos parece que o corpo físico gerado na vida atual é normalmente saudável, apresentando, porém, desordens mentais, enquanto que em outros casos em que a satisfação da natureza passional era amalgamada com um caráter vil e com desconsideração cruel para com os outros, o resultado é a epilepsia e o raquitismo, o histerismo ou um corpo deformado. Em muitos casos o resultado é o câncer, especialmente do fígado ou do pulmão.

Devemos prevenir, contudo, aos estudantes, que não tirem conclusões prematuras, crendo que estas regras são rígidas. O número de investigações realizadas, embora numerosas e árduas para um único investigador, é pequeno para poder-se chegar a conclusões definitivas em assuntos que envolvem milhões de seres humanos. Não obstante, concordam com os ensinamentos do "Conceito Rosacruz do Cosmos" dados pelos Irmãos Maiores, acerca dos efeitos do materialismo que produz o raquitismo e o amolecimento das partes do corpo que deveriam ser duras, ou a tuberculose, que endurece certos tecidos que deveriam ser brandos e flexíveis. O câncer é essencialmente semelhante em seus efeitos. Se considerarmos que o signo de Câncer é regido pela Lua, o planeta da geração, e que a esfera lunar é regida por Jeová, o Deus da geração, cujos Anjos anunciam e presidem o nascimento, como vemos nos casos de Isaque, Samuel, João Batista e Jesus, não nos será difícil ver que o abuso das funções criadoras pode causar tanto o câncer como a loucura em todas as suas múltiplas formas.

Defeitos visuais

Relativamente à falta da visão ou a defeitos visuais, é conhecido entre os investigadores que isso pode ser o efeito de crueldade extrema em vidas passadas. Entretanto, investigações recentes comprovaram que muitas das deficiências dos olhos, tão comuns atualmente, são devidas ao fato de que nossos olhos estão mudando. Na realidade estão se tornando sensíveis, reagindo a oitava superior da visão porque o éter que rodeia a terra está se tornando mais denso, ao mesmo tempo que o ar vai se rarefazendo. Isto é evidente em certas partes do mundo, como na Califórnia do Sul. Também é digno de nota o fato de que a Aurora Boreal está se fazendo mais freqüente e mais poderosa em seus efeitos sobre a terra. Nos primeiros tempos da Era Cristã esse fenômeno era quase desconhecido mas com o decorrer de tempo, conforme a onda crística penetra na Terra em certa parte do ano, infunde cada vez mais a Sua própria vida ao globo e os Raios Etéreos Vitais tornaram-se visíveis de maneira intermitente. Mais tarde tornaram-se mais numerosos e atualmente começam já a interferir nas atividades elétricas, particularmente na telegrafia, cujos serviços ficam por vezes totalmente paralisados por causa dessas correntes radiantes.

É também digno de nota que as perturbações se limitem aos fios orientados na direção Leste-Oeste. As radiações ou raios de força dos Espíritos Grupo das plantas irradiam em todas as direções do centro da Terra para a periferia e daí para fora, passando pelas raízes das plantas e das árvores, subindo por elas até suas copas.

As correntes dos Espíritos Grupo dos animais, ao contrário, circundam a Terra. As correntes comparativamente débeis e invisíveis geradas pelos Espíritos Grupo dos vegetais e os poderosíssimos raios de força gerados pelo Espírito de Cristo que agora estão ficando visíveis nas Auroras Boreais, são da mesma natureza da eletricidade estática, ao passo que as correntes geradas pelos Espíritos Grupo dos animais, que circundam a Terra, podem ser comparadas à eletricidade dinâmica que deu à Terra força para movimentar-se em épocas passadas. Todavia, agora as correntes de Cristo estão ficando cada vez mais fortes, libertando sua eletricidade estática. O impulso etéreo que darão, inaugurará uma nova era e os órgãos da visão que a humanidade possui atualmente terão que se acomodar a essa mudança. Em vez dos raios etéreos que emanam de um objeto trazerem uma imagem refletida à retina dos nossos olhos, o chamado "ponto cego" será sensibilizado e veremos as coisas diretamente, tal como são, e não sua imagem refletida em nossa retina. Então não veremos somente a superfície das coisas que observarmos mas poderemos ver também através delas, como acontece com os que desenvolveram a visão etérea.

Com o decorrer do tempo, o Cristo, em Sua missão irá atraindo maior quantidade de éter interplanetário para a Terra, tornando assim o corpo vital dela mais luminoso, e andaremos em um mar de luz. E quando tivermos aprendido a esquecer o nosso egoísmo, graças ao contato constante com as benéficas vibrações do Cristo, também ficaremos luminosos. O olho, tal como está constituído, de nada nos servirá, e por conseguinte, já está começando a mudar. Por isso é que estamos sentindo agora os incômodos incidentais a toda reconstrução.

Choque provocado por explosões

Examinando certo número de pessoas com saúde normal, descobrimos que cada um dos átomos prismáticos que compõem os éteres inferiores, irradiam linhas de força que fazem vibrar o átomo físico no qual se inserem, dotando de vida todo corpo. Essas unidades de força irradiam na direção da periferia do corpo, constituindo o chamado "Fluido Ódico", também designado por outros nomes. Quando a pressão atmosférica exterior diminui nas grandes altitudes, sentimos certo nervosismo por causa das forças elétricas que se atiram para fora descontroladamente. Se o homem não pudesse conter esse fluxo de energia solar, pelo menos parcialmente, por um esforço de vontade, ninguém poderia viver nos lugares altos.

Ouvimos falar do "choque" produzido pelas explosões e sabemos que muitas pessoas foram encontradas mortas nos campos de batalha, sem apresentar nenhum ferimento. Vimos pessoas que morreram desta maneira e conversamos com elas, mas não pudemos determinar como se produzira a morte. Todas repeliam a idéia de que fora pelo medo e afirmavam unanimemente que, de súbito, ficaram inconscientes para se encontrarem, momentos depois, na atual situação. Ao contrário dos demais, não tinham o menor arranhão nos seus corpos físicos. Nossa idéia preconcebida de que a morte deveria ter-se produzido como conseqüência de um medo momentâneo, embora inconsciente, impediu uma investigação mais demorada, porém os resultados comprovados de uma queda, nos levaram a crer que algo parecido poderia ocorrer naqueles casos e logo verificamos que nossa suspeita era correta.

Faz algum tempo, certa noite em que me dirigia a um país longínquo onde tinha que executar certa missão, ouvi um grito. Embora a voz humana só seja ouvida no ar, há certas notas que se escutam nos reinos espirituais a distância muito maior do que a alcançada pela rádiotelegrafia. O grito, todavia, foi dado próximo e logo me encontrei no local da cena, porém não tão rápido para poder prestar a ajuda necessária. Encontrei um homem que havia escorregado por um despenhadeiro quase vertical, despido de qualquer vegetação, tendo uns 4 metros de largura e superfície completamente lisa, como pude comprovar depois, sem uma greta onde se pudesse meter os dedos. Para salvar esse homem seria preciso materializar pelo menos ambas as mãos e os ombros mas não havia tempo para isso. Em um instante caía no precipício que poderia ter uns mil metros de profundidade.

Impelido por puro sentimento de humanidade, ou o segui em sua queda. Enquanto caía, pude observar o fenômeno que constitui o assunto destes parágrafos, isto é, que quando o corpo alcançou uma velocidade muito grande, os éteres que compõem o corpo vital começaram a sair do organismo e quando o corpo se chocou contra as pedras do fundo, como massa informe, muito pouco éter restara nele. Aos poucos, porém, os éteres componentes se reuniram, reconstituindo os veículos sutis que flutuavam sobre o corpo despedaçado, mas o homem estava em estado de estupor, incapaz de perceber a mudança de situação.

Quando verifiquei que nada poderia fazer, continuei a viagem. Mas, pensando novamente sobre o assunto, ocorreu-me que acontecera algo fora do comum e procurei verificar se os éteres ficam para trás dessa forma em todos os que caem e como e por que isso sucede. Em outro tempo, isto teria sido muito difícil mas o advento dos aviões produziu muitas vítimas. Era, pois, comparativamente fácil examinar os fatos e verificar quando alguém cai de altura suficiente para adquirir certa velocidade na queda, os éteres superiores abandonam o corpo físico, deixando a pessoa insensível.

Quando o corpo chega ao solo, fica despedaçado mas a vítima pode recobrar a consciência quando o éter se reorganiza de novo. Começa então a sofrer as conseqüências físicas da queda. Se esta continua depois que os éteres hajam saído do corpo, a velocidade crescente da queda acaba por desalojar também os éteres inferiores e o cordão prateado é tudo o que fica preso ao corpo material. Este cordão se parte ao se produzir o impacto contra o solo e o átomo-semente passa pelo ponto de ruptura na forma usual.

Por estes fatos chegamos à conclusão de que a pressão atmosférica normal é que mantém o corpo vital ou etéreo dentro do corpo físico. Quando nos deslocamos com velocidade anormal, a pressão fica reduzida em algumas partes do corpo, formando-se assim um vácuo parcial, daí resultando que os éteres abandonam o corpo o e penetram nesse vácuo. Os dois éteres superiores, que são os que estão menos aderidos, são os primeiros que desaparecem e deixam a pessoa inconsciente, depois de reviver, como num relâmpago, o panorama da vida. Se a queda continua, aumentando a pressão de ar na frente do corpo e o vácuo por trás, os etéres inferiores, mais apegados ao corpo, são também impelidos para o exterior e o corpo estará morto antes de chegar ao solo.

Quando um projétil de grande tamanho passa pelo ar, cria um vácuo atrás de si, devido à sua enorme velocidade e se uma pessoa se encontra dentro dessa zona de vazio ao passar o projétil, sofrerá em conformidade com a sua natureza e com a proximidade do centro de sucção. Sua situação será a inversa da pessoa que cai porque agora o corpo está parado enquanto um objeto exterior produz o vácuo produzindo a saída dos éteres. Se a quantidade de éter deslocado é relativamente pequena e está composta apenas dos terceiro e quarto éteres que são os que governam a percepção sensorial e a memória, provavelmente sofrerá só uma perda da memória e a impossibilidade de sentir as coisas ou de mover-se temporariamente. Esta incapacidade desaparecerá logo que os éteres deslocados se reajustem dentro do corpo físico, coisa muito difícil quando o corpo denso sucumbe e a reorganização tem lugar independentemente desse veículo.

Esclerose ou Endurecimento das Artérias

Nossos corpos vão se enrijecendo desde a infância até a velhice, devido às substâncias calcarias existentes na maioria dos alimentos que ingerimos. Estas substâncias se depositam primeiramente nas paredes das artérias e das veias, originando o que a medicina chama arteriosclerose ou endurecimento das artérias. As artérias de uma criança pequena são extraordinariamente elásticas, como um tubo de borracha. Mas, enquanto vai crescendo, atravessando as etapas da infância, juventude, maturidade e velhice, as paredes das artérias vão se endurecendo como conseqüência dos depósitos calcários que o sangue deixa ao circular. É assim que, com o tempo, podem ficar sem elasticidade e duras como um cano. Nessas condições as artérias ficam frágeis e podem romper-se ocasionando hemorragia e até a morte. Daí se dizer que uma pessoa é tão velha quanto suas artérias. Se se pudesse eliminar essas substâncias terrosas das artérias e dos capilares, poderíamos gradualmente prolongar a vida e a utilidade do nosso corpo.

Do ponto de vista oculto, não tem muita importância que vivamos ou morramos, já que a morte não implica no aniquilamento mas apenas na mudança de plano da consciência. Todavia, uma vez que conseguimos atravessar o período comparativamente inútil da infância e os ardentes anos da adolescência e alcançar a etapa do discernimento, quando realmente podemos começar a adquirir experiência, quanto mais possamos prolongar esse tempo de experiência, tanto mais lucraremos. Por esta razão é de algum valor procurar prolongar a vida do corpo.

Com esse objetivo em vista, o primeiro que temos a fazer é aprender a selecionar os alimentos que estão menos impregnados de substâncias obstrutoras as quais causam o endurecimento das artérias e dos capilares. Em geral, essas substâncias são os vegetais verdes e todas as frutas. Logo, é necessário procurar eliminar as substância obstrutoras que já absorvemos, se for possível, embora a ciência ainda não haja encontrado nenhum alimento nem remédio que produza esse resultado. Foi comprovado que os banhos elétricos exercem ação sumamente benéfica, mas não completamente satisfatória. O soro do leite é um dos melhores agentes para desalojar essa substância terrosa, seguindo-se-lhe o suco de uvas. Se são tomadas continuamente e em boa quantidade, estas substâncias diminuirão consideravelmente o endurecimento das artérias.

 

 

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Capítulo VI - Hereditariedade e Enfermidade

 


 Max Heindel

 Princípios Ocultos de Saúde e Cura

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