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CAPÍTULO VI 
 

A ROSA, COMO SÍMBOLO ESOTÉRICO 

Os domínios do mistério

Prometem as mais belas experiências. 

Albert Einstein

(1879-1955) 
 

Neste domínio, a rosa encerra verdades mais ou menos envoltas em mensagens alegóricas, simbólicas, exigindo uma análise mais profunda para desvendar as pérolas espirituais, escondidas em conchas, hermeticamente encerradas.

Já focámos a mensagem que elas comunicam no símbolo da Escola Rosacruz, uma Escola de Pensamento e nada mais, daí tantos erros cometidos sobre a sua essência, a sua dinâmica, a sua realidade.

O rosacruz Coménio, ao falar sobre a Rosa, escreveu: A Rosa tem um belo perfume, mas nasce entre os espinhos; do mesmo modo a Cultura e a Virtude são belas, mas as experiências com que se adquirem, assemelham-se a espinhos.

Para que dos nossos corpos sejam irradiados belos perfumes de rosas, é necessário saber extrair das muitas experiências da vida, algumas dolorosas, a luz da verdade libertadora, cultivar as virtudes.

Para obter uma real paciência, quanto não temos de saber perdoar, de saber amar, de saber cultivar a humildade, como a confiança, o saber esperar, evitar a ansiedade, a pressa, etc.

Quando Gandhi disse que o perfume da rosa era o seu sermão, este filósofo cosmocrata estava recordando que o exemplo, uma vida plena de cultivo das virtudes, é o verdadeiro caminho para que se obtenha esse perfume espiritual, anímico, irradiado do traje dourado, que está, em forma de pentagrama, no símbolo rosacruz e que é produto de muito serviço amoroso e humilde.

Assim a rosa nos atrai, porque ela fala por meio da beleza, do perfume, da cor, da luz, ela simboliza o amor. 

 

 

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Edição do Mali, em 1978, no 30º aniversário da morte de Gandhi, apóstolo da não-violência, da fraternidade.

Foi emitido apenas este selo, com enorme valor. O seu autor colocou-lhe rosas sobre a sua cruz. Com que finalidade? Cada qual é livre de opinar. No nosso caso, dada a vida e obra deste filósofo cosmocrata, as rosas, símbolo das virtudes, floriram na cruz deste nosso irmão muito avançado na evolução.

Face às suas ideias e aos seus ideais, podemos defender que Gandhi foi um rosacruciano de elevado nível.

Ele queria tudo com Cristo, mas nada queria com o nosso cristianismo, foi a resposta que deu a um missionário que lhe disse que para ser santificado, só faltava ser baptizado na sua religião. Aliás, analisando bem a sua vida, o seu Ideal era Cristo, segui-Lo foi o seu lema.

Quando defendeu que a sua democracia era aquela em que cada pessoa é o seu próprio senhor, e noutra passagem, diz: A força da lei injusta está em que ela amedronta, Gandhi está em sintonia com Max Heindel quando este afirma: Desejamos ardentemente uma sociedade na qual todo o ser humano se sentará debaixo da sua parreira e sob a sua figueira, e nada o amedrontará.

Viveu na Inglaterra, onde há séculos os ideais rosacrucianos eram difundidos, não será de admirar que ele tenha tido conhecimento dos ensinamentos da Escola Rosacruz.

Contudo, o que mais importa são as obras e Gandhi foi um nobre cristão, despojado de bens materiais, mas cheio dos espirituais.  

Quanto a Goethe, o maior poeta alemão, aqui não há dúvidas que foi um dos rosacruzes. Na sua obra Os Mistérios, comunica-nos numerosas mensagens sobre os 12 Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, como sobre o seu sentido esotérico.

Este trabalho é composto por 45 poemas, no número IX, o candidato tem a honra de ver um quadro profundo em que as rosas abraçam profundamente a cruz.

 

 

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Como cada poema tem oito versos, eis um total de 360, ou seja, de novo o número 9, aquele que todos temos de saber vencer, chamado da besta, no texto bíblico 666, e que, no caso, é a medida da circunferência, ou seja, da unidade, do círculo.

Por isso, o rosacruz Goethe concebeu a sua obra como um caminho para a libertação da cruz, por meio do cultivo das 7 virtudes, ou seja das 7 rosas. 
 

 

Em 1978, na República Federal da Alemanha, foi emitido este selo, ligado ao tema: JORNADA CATÓLICA ALEMÃ.

Trata-se da rosácea da Catedral de Friburgo, construção do século XIII, ligada ao estilo gótico, este aos construtores rosacruzes.

Daí eles inserirem a rosácea, forma circular, fraternidade, de rosa, no caso com 16 pétalas, 1+6=7, de novo o número já nosso conhecido.

Era colocada na fachada Oeste, sobre o formato em Cruz da Igreja, ou seja, a Rosa sobre a Cruz.

Mais tarde, no século XVI, o rosacruz Paracelso esteve nesta cidade. 

Em 1975, os Correios da França emitiram uma série de 6 selos, sob o tema: AS REGIÕES.

A região de Picardie recebeu este selo ligado ao estilo gótico, porque a sua cidade principal é Amiens, onde está a principal Catedral deste estilo, em França, embora a de Paris seja outro grande monumento cheio de símbolos esotéricos.

Nesta Região, poucos séculos depois de Cristo, os ideais do cristianismo esotérico foram derramados.

 

 

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Continuando na França, em 1995, foi emitido este selo, ligado ao tema: 50º ANIVERSÁRIO DA GRANDE LOJA FEMININA DA FRANÇA. 

Não temos nenhuma ligação com a Maçonaria, mas respeitamos as ideias dos nossos irmãos, no caso, das nossas irmãs, membras desta Loja.

Nos tempos da construção das catedrais góticas havia uma estreita ligação entre a Maçonaria Mística e a Rosacruz.

Nos seus rituais há um grau que é chamado de Rosacruz.

Aqui está a Rosa, lembrando o caminho mais curto para a libertação. 
 

Em 1975, a ONU, organismo inspirado nos ideais do rosacruz Coménio, com sede em Genebra, Suiça, emitiu dois selos, relacionados com os 30 anos de Paz.

Nesse mesmo ano, a ONU, sede em Nova York, USA, editou mais dois selos iguais, apenas, diferem nas cores. O selo acima inserido refere-se a esta edição.

A rosa branca nele inserida comunica diversas mensagens, desde a Liberdade, à Paz, como tem por base vários factos históricos.

Em 1943, os estudantes universitários de Munique, especialmente os irmãos Scholl, sob a orientação do professor de Filosofia Kurt Kuber, um verdadeiro filósofo tem de amar a liberdade, como a luz e a fraternidade, difundiram ideais de liberdade, contra os nazis. As mensagens iam nas célebres cartas da ROSA BRANCA.

Infelizmente, foram presos, julgados, condenados e executados em 22 de Fevereiro de 1943. 

 

 

 

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Quando a ONU emitiu estes selos, certamente, que teve em consideração este facto, que prova que entre os alemães também houve muitos que estiveram contra esse regímen de terror, dando as suas vidas pela Liberdade, pela Paz, pela Fraternidade.

Temos aqui a rosa silvestre, com 5 pétalas, ligada ao arame farpado dos campos de concentração, como podemos também ligar à nossa natureza inferior, cheia de picos, como as rosas, os símbolos mais ou menos esotéricos comunicam muitas mensagens, pelo que temos de saber cultivá-las, transmutando os vis metais no oiro espiritual do Amor. 
 

A rosa tem servido para diversas emissões de selos como símbolo da Liberdade, da Paz, do Amor libertador.

No caso, em 1995, na Polónia, tema EUROPA 1995 –PAZ E LIBERDADE, a rosa foi a eleita para comunicar estes nobres sentimentos e aspirações. 

 

Sucedeu o mesmo com a emissão na República Checa, um dos países eleitos pelos Iniciados da Escola Rosacruz, nesse ano, e sob o mesmo tema. 

 

Por sua vez, o Mónaco escolheu as rosas como símbolo para vencer as correntes das cadeias em que estamos mais ou menos presos… e no mesmo tema. 

 

 

 

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Também a Alemanha Ocidental, em 1983, emitiu este selo, sob o tema: PERSEGUIÇÃO E RESISTÊNCIA. VERFOLGUNG UND WIDERSTAND.

De novo o mesmo simbolismo, em que a rosa branca é a porta-voz de todos quantos amam e trabalham pela Liberdade, pela Paz e pela Fraternidade. 

Em 1962, na então, Checoslováquia, foi emitido este selo relacionado com o 20º ANIVERSÁRIO DA DESTRUIÇÃO DE LIDICE E DE LEZAKY.

A primeira cidade foi destruída em 9 de Outubro de 1942, pelos nazis, que fuzilaram todos os homens, levando as mulheres e as crianças.

Actualmente, existe uma povoação muito perto, a 8 quilómetros, e nas ruínas as rosas florescem. 

 

Em 1965, no mesmo país, tanta vez massacrado ao longo da História, onde já sentimos a dor de todo esse passado, com lágrimas, só, embora com outros irmãos no local onde, em 1992, estavam símbolos da dor resultante do massacre da chamada Primavera de Praga, então, sob a ditadura dos neonazis russos, povo onde também a sua história está cheia de sofrimento na luta pela liberdade.

Por isso, não julgamos ninguém, apenas procuramos compreender.

É tempo da Rosa florir na cruz de cada qual, de construirmos em nossos corações a vivência em Fraternidade Universal. 

 

 

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É NATAL

LESOTHO – 1981 

Emitido em bloco com o Presépio, sobre o nascimento de Jesus, o mais alto Iniciado da nossa onda de vida, como já dissemos.

Na Constelação Câncer existe um cúmulo estelar que se chama Presépio, em latim, praesepium, significando, manjedoura, alimento, por isso, em Belém, que quer dizer, Casa de Pão.

À meia-noite no Solstício do Inverno, real nascimento de Cristo, no Meio do Céu, está a constelação Câncer. Nela, além do cúmulo já focado, estão as estrelas Asellus, jumentos, com os nomes Ipslon Cancri e Delta Cancri.

Mais uma vez, a verdade do axioma hermético: como é em cima, é em baixo. 

Cristo veio para todos, para unir todas as religiões, todos os povos, na Fraternidade Universal.

O seu reino será terreno, caminhamos para Ele; não será deste mundo, como disse o nosso Mestre dos Mestres, isto é, não será deste estado de coisas, que existiam, então, e que, após dois mil anos, ainda não estão concretizadas, porque, primeiro, cada qual tem de ser um Cristo em obras e em verdade, tem de saber transmutar os picos em rosas; os defeitos em virtudes.

Está cada vez mais perto. Tudo tem o seu tempo. Depende de cada qual a sua mais ou menos rápida concretização, quando o coração de cada qual for um Gólgota também, como disse Angelus Silesius.