CAPÍTULO XII - EVOLUÇÃO DA TERRA

A Época Polar

Enquanto a matéria que forma a Terra ainda fazia parte do Sol, encontrava-se em estado ígneo, ardente. Como o fogo não queima o espírito, a evolução humana começou naquele tempo, confinada especialmente à região polar do Sol.

Os primeiros a aparecer foram os mais desenvolvidos os que deviam converter-se em humanos. As substâncias que agora compõem a Terra estavam em fusão e a atmosfera era gasosa. O homem recapitulou seu estado mineral.

Dessa substância química, atenuada, do Sol, construiu o homem seu primeiro corpo mineral, auxiliado pelos Senhores da Forma. Alguém poderia objetar que o homem não pode construir nada inconscientemente. A resposta estaria no exemplo da maternidade: a mãe é consciente da construção do corpo da criança em seu ventre? Entretanto, ninguém se atreveria a dizer que não intervém. Só há uma diferença: a mãe constrói o corpo para a criança, enquanto o homem construía inconscientemente para si mesmo.

O primeiro corpo denso do homem não se parecia, nem remotamente, com o atual veículo, tão esplendidamente organizado. Tal perfeição foi conseguida ao cabo de miríades de anos. O primeiro corpo denso era um objeto enorme e pesado. Por uma abertura na parte superior saía ou projetava-se um órgão. Era uma espécie de órgão de orientação e direção. No transcurso do tempo, o corpo denso e o órgão uniram-se mais estreitamente e este condensou-se um tanto. Quando o homem se aproximava de lugares onde não podia suportar o calor, o seu corpo se desintegrava. Com o tempo, o órgão se tornou sensitivo e assinalava o perigo. O corpo denso, automaticamente, movia-se para um lugar mais seguro.

Este órgão degenerou-se, transformando-se no que agora conhecemos por glândula pineal. Algumas vezes é chamada o "terceiro olho", mas é uma denominação imprópria, porque nunca foi um olho, mas sim, o órgão em que se localizava a percepção do calor e do frio, faculdade atualmente distribuída por todo o corpo. Durante a Época Polar esse sentido estava localizado nesse órgão, assim como a visão está hoje localizada nos olhos e o sentido da audição nos ouvidos. A extensão da sensação do tato a todo corpo, desde aquele tempo até hoje, indica a maneira como todo o corpo denso se desenvolverá. Os sentidos especializados indicam limitação, mas tempo chegará em que uma qualquer parte do corpo poderá perceber todas as coisas. Os sentidos da vista e da audição se estenderão por todo o corpo, como acontece atualmente com o tato. O homem será "todo olhos e ouvidos". Todavia, a percepção sensorial de todo o corpo terá uma percepção relativa.

Nos primeiros estágios de que estamos falando havia uma espécie de propagação. Aquelas imensas e saciformes criaturas dividiam-se pela metade, em forma muito semelhante à divisão das células por cissiparidade, porém as porções separadas não cresciam; cada metade permanecia no tamanho original.

A ÉPOCA HIPERBÓREA

No transcurso do tempo, em diferentes pontos do globo incandescente, começaram a formar-se crostas ou ilhas, no meio do mar de fogo.

Surgiram, então, os Senhores da Forma e os Anjos (a humanidade do Período Lunar), que envolveram a forma densa do homem num corpo vital. Os dilatados corpos cresceram ainda mais, incorporando por osmose, assim digamos, materiais do exterior. Quando se propagavam, já não se dividiam em duas metades mas em duas partes desiguais. Ambas cresciam até adquirir o tamanho original do corpo progenitor.

Como a Época Polar foi uma recapitulação do Período de Saturno, pode-se dizer que durante esse tempo o homem passou através do estado mineral: tinha o corpo denso e a consciência semelhante à do estado de transe. Por razões análogas, atravessou o estado vegetal na Época Hiperbórea, durante a qual dispunha de corpo denso, de corpo vital e de consciência semelhante à do sono sem sonhos.

A evolução do homem na Terra começou depois de Marte ser arrojado da massa central. O que agora é a Terra ainda não se desprendera do Sol. Ao final da Época Hiperbórea, a incrustação tinha aumentado tanto que se converteu num verdadeiro obstáculo ao progresso de alguns dos mais elevados seres solares. Por outro lado, o estado incandescente era um obstáculo à evolução de algumas criaturas de grau inferior, tais como o homem. Nesse estado, precisavam de um mundo mais denso para seu futuro desenvolvimento. Por isso, a parte do Sol que agora é a Terra foi arrojada ao terminar a Época Hiperbórea e começou a girar em torno do corpo do progenitor, seguindo uma órbita um tanto diferente da atual. Pouco depois, por razões análogas, foram expulsos Vênus e Mercúrio.

A cristalização sempre começa nos pólos do planeta onde o movimento é lento. A parte solidificada vai sendo arrastada aos poucos para o Equador. Se a força centrífuga da rotação planetária é mais forte que a tendência coesiva, a massa solidificada é arrojada ao espaço.

Quando o globo terrestre foi separado da massa central incluía o que atualmente é a nossa Lua. Neste grande globo estava evolucionando a onda de vida que, tendo começado a evolução no Período de Saturno, agora anima o reino humano, assim como as ondas de vida que começaram sua evolução nos Períodos Solar, Lunar e Terrestre e atualmente estão evolucionando, através dos reinos animal, vegetal e mineral.

Já fizemos referência a alguns seres, os atrasados dos vários períodos que, ao final dos mesmo, não podendo dar um passo mais na evolução, foram deixados cada vez mais para trás. Tendo chegado a ponto de converterem-se em pesado obstáculo e impecilho, foi necessário expulsá-los, para não retardar a evolução dos demais.

Ao princípio da Época Lemúrica, esses "fracassados" (note-se que eram fracassados e não simplesmente atrasados), cristalizaram a parte da Terra por eles ocupada, a tal ponto que formava, digamos, uma imensa escória sobre a Terra branda e ígnea. Constituindo, pois, obstáculo e obstrução aos demais, foram arrojados ao espaço juntamente com a parte da Terra que tinham cristalizado. Essa é a gênese da Lua.

A LUA - A OITAVA ESFERA

Os sete Globos, de A a G, são o campo da evolução. A lua é o campo de desintegração.

A rapidez das vibrações do globo original que é agora o Sol teria rapidamente desagregado os veículos humanos se a Terra não se desprendesse. Cresceriam com grande rapidez, comparado com a qual seria lentíssimo o crescimento dos cogumelos. Isto é, seriam velhos o tempo em que deviam ser jovens.

Esse efeito de excessivo sol observa-se na rapidez de crescimento nos trópicos. Alcança-se a maturidade e a decrepitude muito antes do que nas zonas temperadas. Quanto à Lua, se tivesse ficado ligado à Terra, o homem ter-se-ia cristalizado até converter-se numa estátua. A enorme distância percorrida pelos raios do Sol até a Terra permite ao homem viver no grau de vibração apropriado e desenvolver-se lentamente. As forças lunares, por sua vez, chegam da distância necessária para que o corpo seja construído com a densidade conveniente. Estas últimas forças são ativas na construção da forma. A continuidade da sua ação acaba por cristalizar os tecidos orgânicos e, até, por ocasionar a morte.

O Sol age sobre o corpo vital. É força que trabalha pela vida, e luta contra as forças lunares que trabalham para a morte.

A ÉPOCA LEMÚRICA

Nesta época apareceram os Arcanjos (a humanidade do Período Solar) e os Senhores da Mente (a humanidade do Período de Saturno). Os Senhores da Forma, que tinham a seu cargo o Período Terrestre, ajudaram aquelas Hierarquias. Os primeiros ajudaram o homem a construir o corpo de desejos, e os Senhores da Mente deram o germe mental à maior parte dos pioneiros, que formavam a classe 1 na classificação do diagrama 10.

Os Senhores da Forma vivificaram o Espírito Humano em todos os atrasados do Período Lunar que tinham progredido o necessário nas três revoluções e meia transcorridas desde o começo do Período Terrestre. Nesse tempo, os Senhores da Mente não puderam dar-lhes o germe mental. Desta forma, uma grande parte da humanidade nascente ficou sem esse laço de união entre o tríplice espírito e o tríplice corpo.

Os Senhores da Mente tomaram a seu cargo as partes superiores do corpo de desejos e da mente germinal, impregnando-as do sentimento da personalidade separada, sem a qual não poderiam existir seres separados, tal como hoje conhecemos.

Devemos aos Senhores da Mente a personalidade individual e todas as possibilidades de experiência e crescimento que ela pode proporcionar-nos. Este ponto marca o nascimento do Indivíduo.

NASCIMENTO DO INDIVÍDUO

O diagrama 1, mostra que a personalidade é a imagem refletida do Espírito, e a mente é o espelho ou foco.

Assim como em um lago as imagens das árvores se invertem parecendo que a folhagem está no mais profundo das águas, assim também o aspecto mais elevado do espírito (o Espírito Divino) encontra sua contraparte no mais inferior dos três corpos (o Corpo Denso). O seguinte espírito mais elevado (o Espírito de Vida), reflete-se no corpo imediato (o Corpo Vital). O terceiro espírito (o Espírito Humano) e seu reflexo, o terceiro corpo (o de Desejos) aparecem mais próximos ao espelho refletor, a mente, correspondendo esta à superfície do lago, o meio refletor em nossa analogia.

O espírito desceu dos mundos superiores durante a involução e, por ação recíproca, no mesmo período os corpos se elevaram. O encontro destas duas correntes no foco, ou mente, marca o momento em que nasce o indivíduo, o ser humano, o Ego, quando o Espírito toma posse dos seus veículos.

Contudo, não imaginemos que, ao alcançar esse ponto, o homem se tornou consciente, pensante, tal como é hoje, no estado atual de sua evolução. Para alcançá-lo teve de percorrer um longo e penoso caminho. Os órgãos, estavam ainda em estado rudimentar, não havia cérebro para empregar como instrumento de expressão e, por isso, a consciência era a menor que se possa imaginar. Numa palavra, o homem daquele tempo estava longe de ser tão inteligente como os animais atuais. O primeiro passo para melhorar foi a construção do cérebro, destinado a ser o instrumento da mente no Mundo Físico. Isto realizou-se separando a humanidade em sexos.

SEPARAÇÃO DOS SEXOS

Ao contrário da idéia geralmente aceita, o Ego é bissexual. Se o Ego fosse assexual, o corpo seria necessariamente assexual também, por ser o símbolo externo do espírito interno. Nos mundos internos, o Ego manifesta os sexos diferentemente, como duas qualidades distintas: Vontade e Imaginação. A Vontade é a força masculina, aliada às forças solares. A Imaginação é o poder feminino, sempre unido às forças lunares. Isto explica o predomínio da Imaginação na mulher e o poder especial que a Lua exerce sobre o organismo feminino.

Quando na Época Hiperbórea, a matéria que depois formou a Terra e a Lua fazia ainda parte do Sol, o corpo do homem nascente era plástico. As forças da parte que permaneceu como Sol e da parte que agora constitui a Lua, agiam facilmente em todos os corpos. O homem era hermafrodita, capaz de exteriorizar de si outro ser sem intervenção de qualquer outro.

Separada a Terra do Sol e, pouco depois, arrojada a Lua, as forças dos dois luminares não encontraram modo de expressar-se como anteriormente. Alguns corpos tonaram-se melhores condutores de umas forças e outros de outras.

INFLUÊNCIA DE MARTE

Na parte do Período Terrestre que precedeu à separação dos sexos, durante as três revoluções e meia entre a diferenciação de Marte e o começo da Época Lemúrica, Marte seguia uma órbita distinta da que agora percorre. Sua aura (essa parte dos veículos sutis que se estende para fora do planeta denso), compenetrou o corpo do planeta central polarizando-lhe o ferro internamente.

Antes disso, como o ferro é essencial para a produção do sangue vermelho e quente, todas as criaturas eram de sangue frio, melhor dito, a parte fluídica dos seus corpos não era mais quente que a atmosfera que as rodeava.

Quando a Terra foi arrojada do Sol Central, modificaram-se as órbitas dos planetas, pelo que diminuiu a influência de Marte sobre o ferro. O Espírito Planetário de Marte retirou o resto desta influência e, embora os corpos de desejos da Terra e de Marte ainda se compenetrassem, cessou o poder dinâmico de Marte sobre o ferro, um metal marciano, então utilizável em nosso planeta.

Em realidade, o ferro é a base de toda existência separada. Sem o ferro, não seria possível o sangue vermelho, produtor do calor. O Ego não teria governo algum no corpo. Quando se desenvolveu o sangue vermelho, na última parte da Época Lemúrica, o corpo tornou-se ereto. O Ego pôde então penetrar no seu corpo e governá-lo.

Porém, o fim e o objetivo da evolução não é somente entrar no corpo. Isso é um meio e o fim é a melhor expressão do Ego no Mundo Físico através de seu instrumento. Para o conseguir teve de construir órgãos dos sentidos, a laringe e sobretudo, o cérebro, que depois aperfeiçoou.

Durante a primeira parte da Época Hiperbórea, enquanto a Terra estava ainda unida ao Sol, o homem recebia das forças solares o sustento de que necessitava. Inconscientemente, para fins de propagação, o excesso era irradiado.

Quando o Ego entrou na posse dos seus veículos, foi necessário empregar parte dessa força na construção do cérebro e da laringe, originariamente partes do órgão criador. A laringe formou-se enquanto o corpo denso tinha a forma de saco dilatado, já descrita, forma ainda mantida no embrião humano. Conforme o corpo denso se verticalizou, parte do órgão criador permaneceu com a parte superior do corpo denso, convertendo-se em laringe.

Desta forma, a dual força criadora que, no objetivo de criar outro ser, trabalhara anteriormente em uma só direção, dividiu-se. Uma parte dirigiu-se para cima, para construção do cérebro e da laringe, o meio para o Ego pensar e comunicar pensamentos aos demais seres.

Resultados desta modificação: só uma parte da força essencial para a criação de outro ser era eficaz em cada indivíduo. Por isso, cada ser individual teve de procurar a cooperação de outro que possuísse a parte da força procriadora que lhe faltava.

A entidade evolucionante obteve, assim, a consciência cerebral do mundo externo, à custa da metade do seu poder criador. Antes disso, ao empregar, em si, as duas partes desse poder para exteriorizar outro ser, o indivíduo era criador somente no mundo físico. Depois da modificação, adquiriu o poder de criar e de expressar pensamentos e a capacidade de criar nos três mundos.

AS RAÇAS E SEUS GUIAS

Antes de considerar em detalhes a evolução dos lemures, será conveniente dar uma vista geral às Raças e seu Guias.

Algumas obras sobre Ocultismo, muito estimadas, trouxeram a público os ensinamentos da Sabedoria Oriental. Não obstante, contém certos erros, devidos à má interpretação dos que tiveram a felicidade de recebê-los e transmiti-los. Todos os livros não escritos diretamente pelos Irmãos Maiores estão sujeitos a tais erros. Todavia, considerando a extrema complexidade do assunto, é de admirar que os erros cometidos tenham sido tão poucos. Por isso, o autor não tem a menor intenção de criticar, reconhecendo que mais numerosos e mais graves erros podem ter sido incorporados nesta obra, devidos à errônea concepção do ensino recebido. O autor simplesmente indica, nos seguintes parágrafos, o que recebeu, e mostra como podem conciliar-se os diferentes ensinamentos, aparentemente contraditórios, de obras tão preciosas como "A Doutrina Secreta", de H. P. Blavatsky, e o "Budismo Esotérico" de A. P. Sinnett.

A parte da evolução humana a ser realizada durante a jornada atual da onda de vida na Terra estende-se por sete grandes estados ou Épocas. Esses estados de evolução não podem ser chamados propriamente raças. Até próximo do final da Época Lemúrica, nada apareceu a que se possa propriamente aplicar esse nome. Desde aquele tempo, sucederam-se diferentes raças através das Épocas Atlante e Ária, e prolongar-se-ão ligeiramente na grande Sexta Época.

O número total de raças em nosso esquema evolutivo, passadas, presentes e futuras, é de dezesseis: uma, ao final da Época Lemúrica; setes, durante a Época Atlante; mais sete em nossa atual Época Ária, e outra mais, ao começar a Sexta Época. Depois disso nada mais haverá que possamos denominar propriamente de raça.

As raças não existiram nos períodos que precederam o Período Terrestre, nem existirão nos períodos subsequentes. Unicamente aqui, no nadir da existência material, podem existir diferenças tão grandes entre os homens e produzir distinções de raças.

Além das Hierarquias Criadoras que deram ao homem seus veículos durante a Involução e ajudaram-no a dar os primeiros passos na Evolução, a humanidade teve também como Guias imediatos, seres muito mais desenvolvidos. Para realizar essa obra de amor, esses Guias vieram dos planetas situados entre a Terra e o Sol: Vênus e Mercúrio.

Os seres que habitam Vênus e Mercúrio não estão tão avançados como os que têm por atual campo de evolução o Sol, mas estão muito mais desenvolvidos do que a nossa humanidade. Portanto, permaneceram algum tempo mais na massa central do que os habitantes da Terra. Em certa altura do seu desenvolvimento, havendo necessidade de campos de evolução separados, foram arrojados esses dois planetas: Vênus, primeiro, depois, Mercúrio. Cada um ficou à distância necessária para assegurar a intensidade vibratória conveniente à sua evolução. Os habitantes de Mercúrio, mas próximos do Sol, são os mais avançados.

Alguns habitantes destes planetas foram enviados à Terra para auxiliar a nascente humanidade. Os ocultistas conhecem-nos pelos nomes de "Senhores de Vênus" e de "Senhores de Mercúrio".

Os Senhores de Vênus foram os guias da massa do nosso povo. Eram seres inferiores da evolução de Vênus. Ao aparecerem entre os homens foram conhecidos como "Mensageiros dos Deuses". Para o bem da humanidade, prestaram-se a guiá-la e a conduzi-la, passo a passo. Não houve rebelião alguma contra sua autoridade porque o homem ainda não tinha desenvolvido vontade independente. A fim de elevá-lo ao grau em que pudesse manifestar vontade e razão, guiaram-no até poder dirigir-se a si próprio.

Reconhecendo que esses mensageiros conversavam com os Deuses, foram reverenciados profundamente e sua ordens obedecidas sem discussão.

Quando a humanidade, sob a direção destes Seres, chegou a certo grau de progresso, os humanos mais avançados foram colocados sob a direção dos Senhores de Mercúrio. Iniciaram-nos nas verdades mais elevadas a fim de convertê-los em guias ou chefes do povo. Estes iniciados, guiados à dignidade de reis, foram os fundadores das dinastias dos Legisladores Divinos. Certamente, eram reis "pela graça de Deus", isto é, pela graça dos Senhores de Vênus e de Mercúrio que, para a infantil humanidade, eram como deuses. Guiaram e instruíram os reis para benefício do povo, não para se engrandecer e arrogarem-se direitos a expensas deste.

Nesse tempo, um Regente tinha o dever sagrado de educar e ajudar o seu povo, pacificar e promover a equinidade e o bem-estar. Tinha a luz de Deus, que lhe dava sabedoria e guiava o seu julgamento. Enquanto reinaram esses Reis tudo prosperou, viveu-se, certamente, uma Idade de Ouro. Seguindo em detalhe a evolução do homem, veremos que a fase ou período presente de desenvolvimento não será uma idade de ouro, senão talvez no sentido material, mas é uma fase necessária para conduzir o homem ao ponto de guiar-se a si mesmo. O domínio próprio é o fim e objetivo de toda disciplina. Nenhum homem sem governo pode subsistir seguro e salvo se não aprendeu a dominar-se. No atual grau de desenvolvimento esta tarefa é a mais difícil que se lhe pode proporcionar. É muito fácil dar ordens a outros ou dominá-los, difícil é impor obediência a si próprio.

INFLUÊNCIA DE MERCÚRIO

O propósito dos Senhores de Mercúrio, em todo esse tempo, assim como o objetivo dos Hierofantes dos Mistérios, desde esse tempo, e o de todas as escolas de ocultismo, em nossos dias, era e é ensinar ao candidato a arte de dominar-se. O homem estará qualificado para governar os outros na proporção, unicamente na proporção, em que seja capaz de domínio próprio. Se os nossos atuais legisladores ou dirigentes das massas pudessem dominar-se a si próprios, teríamos novamente o Milênio, ou Idade de Ouro.

Em idades antiquíssimas, os Senhores de Vênus, agiram sobre as massas. Atualmente, os Senhores de Mercúrio estão trabalhando sobre o Indivíduo, capacitando-o para o domínio próprio (incidentalmente, não propriamente), para o domínio dos demais. Esse trabalho na sua parte, é somente o princípio da crescente influência mercuriana que se processará nas restantes três Revoluções e meia do Período Terrestre.

Nas primeiras três e meia Revoluções, Marte polarizou o ferro, o que evitou a formação do sangue vermelho e impediu a entrada do Ego no corpo até adquirir conveniente grau de desenvolvimento.

Nas últimas três Revoluções e meia, Mercúrio agirá para libertar o Ego dos veículos densos, por meio da Iniciação.

É interessante notar que, assim como Marte polarizou o ferro, também Mercúrio polarizou o metal do mesmo nome. A ação deste metal demonstra muito bem essa tendência de retirar o espírito do corpo. Um exemplo é essa terrível enfermidade, a sífilis, em que o Ego fica demasiadamente aprisionado ao corpo.

Mercúrio, em doses convenientes, destrói esse estado, faz perder a aderência do corpo ao Espírito, e permite ao Ego a relativa liberdade que goza nas pessoas normais. Em contrapartida, uma dose exagerada de mercúrio pode causar a paralisia, por libertar o homem do corpo denso imprópria e exageradamente.

Os Senhores de Mercúrio ensinaram o homem a sair e a voltar ao corpo à vontade, e a funcionar nos veículos superiores independentemente do corpo denso. Assim, este último converteu-se numa casa confortável e alegre em vez de uma prisão obscura; num útil instrumento em vez de um cárcere.

A Ciência Oculta fala do Período Terrestre como de Marte-Mercúrio. Realmente, pode-se dizer, temos estado em Marte e vamos para Mercúrio, conforme diz uma das obras ocultistas mencionadas anteriormente. Entretanto, diga-se também, nunca habitamos o planeta Marte, nem estamos vivendo na Terra para, futuramente, ir viver no planeta Mercúrio, como outra das obras mencionadas indica, na intenção de corrigir um erro da primeira.

Na Época atual, Mercúrio está emergindo do período de repouso planetário. Exerce muito pouca influência no homem mas, conforme for passando o tempo, sua influência será mais preponderante na nossa evolução. As raças futuras obterão muito maior ajuda dos mercurianos, e os povos das Épocas e Revoluções posteriores obterão ainda mais.

A RAÇA LEMÚRICA

 

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