SEGUNDA PARTE

COSMOGÊNESE E ANTROPOGÊNESE

 

CAPÍTULO V

A RELAÇÃO DO HOMEM COM DEUS

 

DIAGRAMA 6

 

Nos Capítulos precedentes consideramos as relações do homem com três dos cinco mundos que formam o campo de sua evolução. Descrevemos parcialmente esses mundos e assinalamos os diferentes veículos de consciência por meio dos quais relaciona-se com eles. Estudamos também sua relação com os outros três reinos - mineral, vegetal e animal - assinalando as diferenças nos veículos e nos graus de consciência entre o homem e cada um desses reinos. Seguimos o homem através de um ciclo de vida nos três mundos e examinamos a atuação das Leis gêmeas de Conseqüência e Renascimento relacionadas com a evolução humana.

Para compreender maiores detalhes do progresso humano, torna-se necessário estudar a relação do homem com o Grande Arquiteto do Universo - Deus - e com as Hierarquias de Seres Celestiais que se acham nos diferentes degraus da escada de Jacó, que vai do homem a Deus e mais além.

É uma tarefa das mais difíceis, tendo em vista os conceitos mal definidos acerca de Deus e que existe na mente da maioria dos leitores da literatura que trata desse assunto. É certo que os nomes em si mesmos não têm maior importância, mas importa muito que saibamos o que pretendemos significar com um nome, caso contrário os mal-entendidos continuarão. Se escritores e instrutores não empregarem uma nomenclatura comum, a atual confusão tornar-se-á maior. Quando empregada a palavra "Deus" seu significado é sempre incerto; trata-se do Absoluto ou Existência Una, do Ser Supremo, que é o Grande Arquiteto do Universo, ou de Deus, que é o Arquiteto do nosso Sistema Solar.

A divisão da Divindade em "Pai", "Filho" e "Espírito Santo" é também confusa. Ainda que os Seres designados por tais nomes estejam incomensuravelmente além do homem e mereçam toda reverência e adoração que sejamos capazes de prestar ao mais elevado conceito de Divindade, Eles, contudo, são na realidade diferentes uns dos outros.

Os Diagramas 6 e 11 talvez esclareçam melhor o assunto. Tenha-se porém em mente que os Mundos e Planos Cósmicos não estão acima uns dos outros, no espaço, mas que os sete Planos Cósmicos interpenetram-se uns aos outros e todos eles interpenetram os sete mundos. São estados de espírito-matéria compenetrando-se uns aos outros, pelo que Deus e os outros Grandes Seres mencionados não se encontram distantes no espaço. Eles permeiam cada parte dos seus próprios reinos e até reinos de maior densidade do que os seus próprios. Todos estão presentes em nosso mundo, e de fato "mais próximos de nós do que os nossos pés e mãos". E uma verdade literal que "n'Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser", porque nenhum de nós pode existir fora das Grandes Inteligências que, com Sua Vida, interpenetram e sustentam o nosso mundo.

Conforme exposto, a Região Etérica estende-se além da atmosfera da nossa Terra densa; o Mundo do Desejo prolonga-se no espaço para além da Região Etérica; e o Mundo do Pensamento estende-se no espaço interplanetário ainda mais que os outros. Naturalmente os mundos de substancias mais rarefeitas ocupam maior espaço do que os mundos mais densos, que se condensaram e cristalizaram.

O mesmo princípio atua nos Planos Cósmicos. O mais denso deles é o sétimo (contando de cima para baixo). E representado no Diagrama como o maior de todos por ser o plano com que estamos mais relacionados, e também para indicar suas principais subdivisões. Contudo, na realidade ocupa menos espaço do que qualquer um dos outros Planos Cósmicos. Mas, apesar disso, devemos ter em mente que é incomensuravelmente vasto, para além de quanto a mente humana possa conceber. Sua amplitude abarca milhões de sistemas solares semelhantes ao nosso, campos de evolução de muitas categorias de seres cujas condições são aproximadamente idênticas às nossas.

DIAGRAMA 6

Nada sabemos dos seis planos cósmicos superiores ao nosso, Diz-se que são os campos de atividade de grandes Hierarquias de Seres de indescritível esplendor.

Subindo do nosso Mundo Físico para os mundos internos e mais sutis e através dos Planos Cósmicos, vemos que Deus, o Arquiteto do nosso Sistema Solar, Fonte e Meta da nossa existência, encontra-se na mais elevada divisão do sétimo Plano Cósmico. É o Seu Mundo.

Seu Reino inclui os sistemas de evolução que se processam em todos os planetas do nosso sistema - Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio, bem como seus satélites.

As grandes Inteligências Espirituais designadas Espíritos Planetários, que guiam essas evoluções, são também chamadas "os Sete Espíritos diante do Trono". São Ministros de Deus, cada qual presidindo um determinado departamento do Reino de Deus - o nosso Sistema Solar. O Sol é também o campo de evolução dos mais exaltados Seres do nosso Cosmos. Unicamente eles podem suportar as tremendas vibrações solares, e por meio delas progredir. O Sol é o mais aproximado símbolo visível de Deus de que dispomos, ainda que não seja senão um véu para Aquele que está por trás. O que seja esse "Aquele", publicamente não se pode dizê-lo.

Para tentar descobrir a origem do Arquiteto do nosso Sistema Solar é preciso considerar o mais elevado dos sete Planos Cósmicos. Estamos então nos domínios do Ser Supremo, emanado do Absoluto.

O Absoluto está além de toda a compreensão. Nenhuma expressão ou símile daquilo que somos capazes de conceber pode dar uma idéia adequada. Manifestação implica limitação. Portanto, o melhor modo de podermos caracterizar o Absoluto é como Ser Ilimitado, ou Raiz da Existência.

Dessa Raiz da Existência - o Absoluto - procede o Ser Supremo, na aurora da Manifestação. Este é o UNO.

No primeiro Capítulo de João este grande Ser é chamado Deus. Deste Ser Supremo emanou o Verbo, o FiatCriador, "sem o qual nada do que foi feito se fez". Este Verbo é o Filho unigênito nascido do Pai (o Ser Supremo) antes de todos os mundos, mas positivamente não é o Cristo. Grande e glorioso como Cristo é, elevando-se muito acima da mera natureza humana, Ele não é esse Exaltado Ser. Certamente o Verbo se fez carne", não no sentido limitado da carne de um corpo, mas carne de tudo quanto existe neste e em milhões de outros Sistemas Solares.

O primeiro aspecto do Ser Supremo pode ser caracterizado como PODER. Deste procede o segundo aspecto, o VERBO, e de ambos procede o terceiro aspecto, o MOVIMENTO.

Desse tríplice Ser Supremo procedem os Sete Grandes Logos. Estes contêm em si mesmos todas as grandes Hierarquias, as quais diferenciam-se mais e mais conforme vão se difundindo através dos vários planos cósmicos. (Veja-se o Diagrama 6). Há quarenta e nove Hierarquias no Segundo Plano cósmico; no terceiro há trezentas e quarenta e três Hierarquias. Cada uma destas é, por sua vez, capaz de divisões e subdivisões setenárias. Deste modo, no Plano Cósmico inferior, em que se manifestam os Sistemas Solares, o número de divisões e subdivisões é quase infinito.

No Mundo mais elevado do sétimo Plano Cósmico habita o Deus do nosso Sistema Solar e os Deuses de todos os outros Sistemas Solares do Universo. Estes grandes Seres também são de manifestação tríplice, semelhantemente ao Ser Supremo. Seus três aspectos são: Vontade, Sabedoria e Atividade.

Cada um dos sete Espíritos Planetários que procedem de Deus e têm a seu cargo a evolução da vida em um dos sete planetas, é também tríplice e diferencia em si mesmo Hierarquias Criadoras que seguem uma evolução setenária. O processo evolutivo originado por um dos Espíritos Planetários difere dos métodos de desenvolvimento empregados pelos outros.

Pode-se acrescentar que, pelo menos no particular esquema planetário ao qual pertencemos, as entidades mais evoluídas nos primeiros estágios, as que alcançaram elevado grau de perfeição em evoluções anteriores, assumem as funções do Espírito Planetário original e continuam a evolução.

O Espírito Planetário original retira-se de toda participação ativa, mas continua guiando os seus Regentes.

Os ensinamentos que se seguem referem-se a todos os Sistemas Solares porém, atendo-nos especialmente ao Sistema particular a que pertencemos, o que vem a seguir o vidente suficientemente treinado pode comprovar por si mesmo mediante investigação pessoal na Memória da Natureza.

 

CAPÍTULO VI

O ESQUEMA DA EVOLUÇÃO

O PRINCÍPIO

 

De acordo com o axioma Hermético "como em cima, assim é embaixo" e vice versa, os Sistemas Solares nascem, morrem e tornam a nascer, em ciclos de atividade e repouso, tal como acontece ao homem.

Há uma constante alternação de atividades em todos os domínios da Natureza, correspondentes às alternâncias do fluxo e refluxo do dia e da noite, do verão e do inverno, da vida e da morte.

No princípio de um Dia de Manifestação é ensinado que um Grande Ser (designado no Mundo Ocidental pelo nome de Deus e com outros nomes em outras partes da terra), limita-se a Si Mesmo em certa porção do Espaço no qual Ele decide criar um Sistema Solar para evoluir e dilatar a Sua própria consciência (veja-se o Diagrama 6).

Ele inclui em seu próprio Ser hostes de gloriosas Hierarquias, para nós de incomensurável poder e esplendor espirituais. São elas o fruto de passadas manifestações desse mesmo Ser e também de outras Inteligências, em graus decrescentes de desenvolvimento que chega a incluir as que não alcançaram um estado de consciência tão elevado como o de nossa humanidade atual. Estas últimas, portanto, não serão capazes de terminar sua evolução neste Sistema. Em Deus, esse Grande Ser Coletivo, estão contidos seres menores de todo grau de inteligência e estado de consciência, desde a onisciência até a inconsciência, esta mais profunda ainda que a condição do transe mais profundo.

Durante o período de manifestação com o qual estamos relacionados, esses vários graus de seres trabalham para adquirir mais experiência do que a que possuíam no começo deste período de existência. Aqueles que, em manifestações anteriores alcançaram um grau de desenvolvimento maior, ajudam os que ainda não desenvolveram consciência alguma, induzindo-lhes um estado de consciência própria a partir do qual podem estes, por si mesmos, dar prosseguimento à obra. Quanto aos que principiaram sua evolução num anterior Dia de Manifestação mas não tinham avançado bastante quando esse Dia findou, prosseguem agora a tarefa, do mesmo modo que continuamos com o nosso trabalho, a cada manhã, a partir do ponto em que o deixamos na noite anterior.

Todavia, nem todos esses diferentes Seres continuam sua evolução no início de uma nova manifestação. Alguns precisam esperar até que tenham sido criadas, pelos que os precederam, as condições necessárias ao seu progresso ulterior.

Não há nenhum processo instantâneo na Natureza. Tudo se desenvolve com extraordinária lentidão. Contudo, embora lentíssimo, esse progresso é absolutamente seguro e alcançará a suprema perfeição. Tal como existem estágios progressivos na vida humana - infância, adolescência, virilidade e velhice - assim também existem no macrocosmo diferentes estágios correspondentes a diversos períodos da vida microcósmica.

Uma criança não pode tomar a cargo os deveres da paternidade ou da maternidade. Suas pouco desenvolvidas condições físicas e mentais incapacitam-na para tal mister. O mesmo acontece com os seres menos desenvolvidos no princípio de manifestação. Precisam esperar até que os mais evoluídos criem para eles as condições apropriadas. Quanto menor o grau de inteligência de um ser evolucionante tanto maior a dependência de ajuda externa.

No princípio os seres mais avançados - aqueles que mais evoluíram - atuam sobre aqueles que estão num grau de menor consciência. Mais tarde entregam-nos a entidades menos evoluídas, que então podem levar esse trabalho um pouco mais adiante. Por último, a consciência própria é despertada, e a vida evolucionante se converte em Ser Humano.

A partir do momento em que o Ego individualizado manifesta consciência própria, deve ele prosseguir expandindo essa consciência sem ajuda externa. A experiência e o pensamento devem então tomar o lugar dos mestres externos. E a glória, o poder e o esplendor que pode alcançar, são ilimitados.

O período de tempo dedicado à aquisição de consciência do Eu, e à construção dos veículos por cujo intermédio se manifesta o espírito do homem, é denominado "Involução".

O período subseqüente de existência, durante a qual o ser humano individual desenvolve consciência própria até convertê-la em divina onisciência, e chamada "Evolução".

A força interna do ser evolucionante que faz com que a evolução seja o que é, não apenas um mero desenvolvimento de possibilidades germinais latentes; que faz com que a evolução de cada indivíduo difira da de qualquer outro; que prove o elemento de originalidade e dá lugar à habilidade criadora que o ser evolucionante está cultivando para que possa se tornar um Deus. Essa força é chamada "Gênio" e, conforme já exposto, sua manifestação é a "Epigênese".

Muitas das filosofias avançadas dos tempos modernos reconhecem a involução e a evolução. A ciência só reconhece a última porque se dedica unicamente à Forma, a sua manifestação. A involução pertence à Vida. Os cientistas mais avançados porém, consideram a Epigênese fato demonstrável. O Conceito Rosacruz do Cosmos combina as três, necessárias que são para compreender-se plenamente o desenvolvimento passado, presente e futuro do Sistema a que pertencemos.

OS MUNDOS

Podemos empregar um exemplo familiar para ilustrar a formação de um Cosmos. Suponhamos que um homem deseja construir uma casa para nela morar. Primeiramente escolherá um lugar apropriado. Depois procederá a construção, dividindo a casa em vários cômodos de finalidades específicas: cozinha, sala, dormitórios e banheiro, e mobilia-los de maneira que sirvam ao particular propósito a que se destinam.

Quando Deus deseja criar, escolhe um lugar apropriado do Espaço, preenche-o com Sua aura e compenetra com Sua Vida cada átomo da Substância-Raiz-Cósmica dessa porção particular de espaço, despertando dessa maneira as atividades latentes em cada átomo não diferenciado.

Essa Substância-Raiz-Cósmica é expressão do pólo negativo do Espírito Universal, enquanto que o Grande Ser Criador a quem chamamos Deus (do qual, como espíritos, somos partes) é uma expressão da energia positiva do mesmo Espírito Universal Absoluto. Tudo o que vemos em torno de nós no Mundo Físico é resultado da ação mútua desses dois pólos. Os oceanos, a Terra, tudo quanto vemos manifestando-se como formas minerais, vegetais, animais e humanas - e espaço cristalizado, emanado dessa Substância Espiritual negativa, que era a única existente na aurora do Ser. Tão seguramente como a concha dura e empedernida do caracol é formada pelos sucos solidificados do seu brando corpo, assim também todas as formas são cristalizações em torno do pólo negativo do Espírito.

Deus atrai da Substância-Raiz-Cósmica externa a Sua esfera imediata. Deste modo, a substância compreendida pelo nascente Cosmos torna-se mais densa do que a do espaço Universal, entre os Sistemas Solares.

Quando Deus preparou assim o material para sua Habitação, em seguida colocou-o em ordem. Cada parte do sistema foi compenetrada por Sua consciência, mas com uma modificação: a consciência difere em cada parte ou divisão. A Substância-Raiz-Cósmica foi posta em vibração a diversos graus e portanto fica diferentemente constituída em suas várias divisões ou regiões.

O que vimos acima é o modo pelo qual os Mundos vêm à existência e são adaptados para servir aos diferentes propósitos no esquema evolutivo, da mesma maneira como os diferentes cômodos numa casa são equipados para satisfazer as finalidades da vida diária no Mundo Físico.

Conforme vimos, existem sete Mundos. Cada um deles tem um grau, uma "medida" diferente, de vibração. No mundo mais denso (o Físico) a medida vibratória incluindo as ondas luminosas que vibram centenas de milhões de vezes por segundo, é, não obstante, infinitesimal quando comparada à rapidíssima vibração do Mundo do Desejo, o mais próximo do Físico. Para ter-se uma idéia acerca do sentido e da rapidez vibratória, talvez o mais fácil seja observar as vibrações caloríficas que irradiam de uma estufa muito quente ou de um radiador de vapor próximo de uma janela.

Tenha-se sempre em mente que estes Mundos não estão separados pelo espaço ou pela distância, como está a Terra dos demais planetas. São estados de matéria, de distinta densidade e vibração, tal como são os sólidos, os líquidos e os gases do nosso Mundo Físico. Estes mundos não são criados instantaneamente, no princípio de um Dia de Manifestação, nem duram até o fim dele, mas assim como a aranha tece sua teia fio por fio, Deus também vai diferenciando um Mundo após outro, dentro de Si Mesmo, conforme as necessidades exijam novas condições no esquema de evolução em que Ele está empenhado. Deste modo diferenciaram-se gradualmente todos os sete Mundos, conforme se encontram atualmente.

Os mundos superiores são criados em primeiro lugar, e como a involução objetiva infundir a vida em matéria de crescente densidade para a construção das formas, os mundos mais sutis condensam-se gradualmente e novos mundos são diferenciados em Deus para estabelecer o elo entre Ele mesmo e os mundos que se consolidam. No devido tempo o ponto de maior densidade, o nadir da materialidade, é atingido. Desse ponto começa a vida a ascender para os mundos superiores, no decorrer da evolução. Isto vai deixando despovoados os mundos mais densos, um a um. Quando um mundo realizou o objetivo para o qual foi criado, Deus põe fim à sua existência, então supérflua, fazendo parar dentro de Si a atividade particular que trouxe à existência e sustentou esse mundo.

Os mundos superiores (mais sutis, mais etéreos, mais perfeitos) são os primeiros a serem criados e os últimos a serem eliminados, enquanto os três mundos mais densos em que se efetua nossa atual fase evolutiva são, comparativamente falando, fenômenos fugazes, inerentes à imersão do Espírito na matéria.

OS SETE PERÍODOS

O esquema evolutivo é efetuado através destes cinco Mundos em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais o Espírito Virginal ou vida evolucionante, se converte primeiramente em homem, depois em Deus.

No princípio da manifestação Deus diferencia dentro de Si Mesmo (não de Si mesmo) esses Espíritos Virginais, como chispas de uma Chama da mesma natureza, capazes de expandirem-se até converterem-se eles também em Chamas. A Evolução é o processo atiçador que conduz a tal fim. Nos Espíritos Virginais estão contidas todas as possibilidades do seu Divino Pai, inclusive o germe da Vontade independente, que os torna capazes de originar novas fases, não latentes neles. As possibilidades latentes são transformadas em poderes dinâmicos e faculdades utilizáveis durante a evolução, enquanto que a Vontade independente estabelece novas e originais orientações - ou Epigênese.

Antes do início de sua peregrinação através da matéria, o Espírito Virginal encontra-se no Mundo dos Espíritos Virginais, o mais próximo ao mais elevado dos sete mundos. Possui Consciência Divina, mas não consciência de 8i. Esta, o Poder Anímico e a Mente Criadora, são faculdades que se adquirem pela evolução.

Quando o Espírito Virginal ainda se encontra imerso no Mundo do Espírito Divino, está cego e totalmente inconsciente desse estado. Está tão alheio às condições exteriores como o homem quando em transe profundo. Esse estado de inconsciência prevalece durante o Primeiro Período.

No Segundo Período adquire a consciência do sono sem sonhos; no Terceiro alcança o estado de sonho e na metade do Quarto Período, a que agora chegamos, o homem adquire a plena consciência de vigília. Esta consciência é pertinente unicamente ao mais inferior dos sete mundos. Durante a metade restante deste Período e os três Períodos completos subseqüentes, o homem deverá expandir sua consciência ao ponto de envolver ou abarcar todos os seis mundos acima deste Mundo Físico.

Quando o homem passou através desses mundos na sua descida, suas energias eram dirigidas por Seres Superiores que o assistiram a dirigir sua energia inconsciente para dentro, a fim de construir os veículos apropriados. Por último, quando avançou suficientemente, e já na posse do tríplice corpo como instrumento necessário, esses elevados Seres "abriram-lhe os olhos" e fizeram-no olhar para fora, para a Região Química do Mundo Físico, cujas energias poderia conquistar.

Um dia, quando tenha terminado seu trabalho da Região Química, seu próximo passo na senda do progresso será a expansão de sua consciência até incluir a Região Etérica; depois, o Mundo do Desejo, e assim por diante.

Na terminologia Rosacruz os nomes dos sete períodos são os seguintes:

1- Período de Saturno

2- Período Solar

3- Período Lunar

4- Período Terrestre

5- Período de Júpiter

6- Período de Vênus

7- Período de Vulcano

Estes períodos são renascimentos sucessivos da nossa Terra

Não se deve pensar que os Períodos acima tenham algo a ver com os planetas que se movem em suas órbitas em torno do Sol, juntamente com a Terra. De fato, nunca se repetirá suficientemente que não há relação alguma entre esses planetas e esses Períodos. Os Períodos são simplesmente encarnações passadas, presentes ou futuras da nossa Terra, "condições" através das quais passou, está passando ou passará no futuro.

Os três primeiros mencionados ( Períodos de Saturno, Solar e Lunar ) pertencem ao passado. Estamos atualmente no quarto, ou Período Terrestre. Quando este Período do nosso Globo se completar, a Terra e nós passaremos, sucessivamente, às condições de Júpiter, de Vênus e de Vulcano, até que finde o Grande Dia setenário de Manifestação. Então, tudo o que agora existe imergirá mais uma vez no Absoluto, para um período de descanso e assimilação dos frutos da evolução e reemergirá, para ulterior e mais elevado desenvolvimento, na aurora de outro Grande Dia.

Os três períodos e meio já passados foram empregados na aquisição de nossos veículos e da consciência atual. Os três períodos e meio restantes serão dedicados ao aperfeiçoamento desses diferentes veículos, e à expansão da nossa consciência em algo semelhante à onisciência.

A peregrinação dos Espíritos Virginais desde a inconsciência até a onisciência, convertendo suas possibilidades latentes em energia cinética, é um processo de maravilhosa complexidade, de modo que, somente um esboço rudimentar pode ser dado aqui. Todavia, conforme progredirmos em nosso estudo, iremos acrescentando maiores detalhes, até que a descrição seja tão completa quanto o autor for capaz de fazê-la. Chamamos a atenção do estudante para as definições dos termos empregados, pedimos que as fixe bem porque estamos apresentando idéias novas. E rogamos também que se familiarize com estas idéias, já que nossa intenção é simplificar o assunto, empregando nomes ou palavras simples e familiares para designar a mesma idéia em toda a obra. Os nomes descreverão tanto quanto possível estritamente a idéia encerrada, esperando assim poder evitar muitas das confusões que as múltiplas terminologias têm produzido. Dedicando estrita atenção à definição dos termos não será muito difícil, mesmo às pessoas de mediana inteligência, conhecer ao menos em linhas gerais o esquema da evolução.

Que tal conhecimento é da maior importância cremos que qualquer indivíduo inteligente pode admitir. Este mundo em que vivemos é governado por Leis da Natureza. Sob essas leis devemos viver e trabalhar, e somos impotentes para modificá-las. Por conseguinte, se as conhecermos bem e cooperarmos inteligentemente com elas, essas forças-naturais tornar-se-ão nossas servidoras mais valiosas, como acontece, por exemplo, com a eletricidade ou a força expansiva do vapor. Se, pelo contrário, não as compreendermos, e em nossa ignorância agirmos contrariamente a elas, podem as mesmas converter-se nas mais perigosas inimigas nossas, capazes de destruições terríveis.

Assim sendo, quanto mais nos familiarizarmos com os métodos de trabalho da Natureza, que é um símbolo visível do Deus invisível, tanto melhor poderemos aproveitar as oportunidades e vantagens que se oferecem para crescimento e poder, para nos emanciparmos das limitações, e para nos alçarmos à perfeição.

CAPÍTULO VII - O CAMINHO DA EVOLUÇÃO

 

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